segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Paredes frias

As paredes do meu quarto
Estão em sossego
E vazias de ideias
Todo o seu frio entrou, dentro de mim.
Resignadas, sangram
E choram compulsivamente, as ausências.
Nesta ânsia de ti
A tua voz soa-me, dentro da cabeça
E a mente abraça-me, as ilusões.
De mãos vazias
Silencio, as dores
Até à primeira luz da madrugada.
Hesito…
Lamento e sussurro
Desenho a tua imagem
Numa tela, invisível.
As recordações inundam-me
E sugam-me o interior
Morrem-me os sonhos…
Perdida no escuro, desfaleço
Sinto o frio a raspar-me, os olhos
E a saudade a penetrar-me
Como a chuva, que me cai, por dentro.


Telma Estêvão

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