sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Barqueiro!

Barqueiro sem cara
que a ti não te custa levar ao outro lado!
De negro te vestes e como assustas!
Mas quando chegas já tudo desaparece!

Que adianta a luta
se já tens marcada a hora de ir!
Mais valia não vires!
Mas sei que é o destino que levas na barca!

Já não vale nem preces nem louvores!
Nem promessas sublimes em altares dourados!
És de todo o recado de quem manda
e obedeces!

Que dia e hora terás tu marcada?
Para que leves até ao outro lado
seres que desesperam por mais um bocado
por um rufo de vida
e de paz de alma!

Ai barqueiro porque apareces?

Espera mais um pouco pela moeda
daqueles que te pedem para adiar a viagem!
Não sejas soberbo que a ti tanto te dá
se sabes que hoje outro dia ou amanhã
terás sempre por certo o pago
do lado desta margem!

Mas também existe quem te suplique
que venhas antes da hora!
Mas tu não corres porque não andas.
Tu navegas nessas águas negras paradas
que empurras com a vara a tua barca sem dono!

Barqueiro que levas?

Almas resignadas sem brilho
e já sem dor!
Te fizeram o criado de tal destino!
Sem palavras
sem boca que diga um ai
assim nos terminas
e ajudas a passar
do fim de um sonho
para grande e longo caminho!

Maria Morais de Sa

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